Depois de ocupar o Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás (CCUFG) no início de julho com sua programação oficial, o D’Olhar – Festival Itinerante de Dança e Vídeo segue em circulação pelo estado de Goiás e volta a Goiânia com três exibições gratuitas em praças públicas, nos dias 02, 16 e 30 de agosto através de sua Mostra Itinerante. As sessões acontecem sempre às 20h, com estrutura de projeção ao ar livre e sistema de som ambiente, criando uma experiência acessível e imersiva para o público.

Em Goiânia, as sessões serão em praças de três bairros da periferia: Jardim Curitiba 3 no dia 02, na Morada do Sol no 16, e no Novo Planalto no dia 30. Antes de chegar à capital, a itinerância também passou por Cidade de Goiás e Alto Paraíso. Neste sábado, 02 de agosto, o local escolhido no Jardim Curitiba é a Praça do Ione, e, além da mostra, a ocasião também contará com a presença da galera do NoroCity, comandando uma batalha de rap.

“A Mostra Itinerante é uma parte fundamental da proposta do D’Olhar. É quando os filmes ganham novos sentidos ao serem exibidos em outros contextos, para públicos diversos, em encontros que acontecem de forma espontânea”, afirma Lívia Batista, diretora geral e curadora do festival. “Acreditamos que a arte deve estar presente também nos lugares onde ela geralmente não chega, e a videodança tem uma potência muito especial quando ocupa o espaço público”, acrescente.

Com projeção em telão e cadeiras disponíveis ao público sempre que possível, a mostra busca adaptar a exibição à paisagem de cada local, reforçando o caráter democrático do festival. A ideia é que as sessões funcionem como um convite para desacelerar o passo, ampliar a escuta e gerar novos modos de olhar para o cotidiano.

Escolha intencional – Segundo Lívia, os locais de exibição foram escolhidos com base em dois critérios: o acesso em regiões periféricas e a relação histórica ou afetiva com o audiovisual. “Queríamos chegar a bairros onde nem sempre há oferta regular de programação artística, e também nos conectar com cidades como Cidade de Goiás e Alto Paraíso, que têm vínculos fortes com o cinema, a cultura e o patrimônio”, explica.

As exibições apresentam a mesma curadoria mostrada no CCUFG (CCUFG), com obras que integram as três mostras especiais do festival, e que transitam por temas como memória, corpo, território e deslocamento. Para esta edição, não há mediação ou rodas de conversa programadas: a aposta é na força poética das imagens para criar conexões diretas com quem passa.

“O gesto de ocupar a praça com arte já é, por si só, uma forma de diálogo. Nosso desejo é que cada sessão gere encontros verdadeiros, desperte reflexões e ajude a valorizar as expressões locais, ampliando a rede de circulação e fruição artística em Goiás”, conclui Lívia.

Obras premiadas – Realizado de 1º a 3 de julho no Centro Cultural da UFG, o D’Olhar Festival contou com sessões de exibição, debates e uma programação voltada à difusão da videodança como linguagem artística híbrida. Ao final do evento, foram anunciadas as obras premiadas nas categorias Mostra Internacional e Premiações Goiás, com entrega de prêmios em dinheiro aos três primeiros colocados. Os filmes vencedores foram: “Baleias” (Bélgica), de Sylvain Dufayard, e “A alegria e a tristeza do tempo” (Dinamarca), de Sara Jordan, primeiro e segundo lugares da Mostra Internacional; e, nas Premiações Goiás, “Modos de ofuscar os olhos”, de Davidson Xavier (1º lugar), “Dessa terra eu viverei”, de Lidiana Reis (2º lugar), e “Serpentina”, de Victor Quixabeira, Lu Celestino e Matheus Rosaz (3º lugar).

De acordo com a diretora geral e curadora Lívia Batista, o festival desempenha um papel fundamental no fortalecimento da videodança no Brasil, especialmente em Goiás, por ser o único evento no estado com estrutura dedicada à experimentação, difusão e reconhecimento dessa linguagem. “O D’Olhar fomenta a produção artística, democratiza o acesso e dá visibilidade aos artistas locais. Além disso, estimula parcerias, forma novos talentos e contribui para consolidar a videodança como um campo potente de criação e pensamento”, destaca.

Este projeto – D’Olhar Festival Itinerante de Dança e Vídeo – é realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, operacionalizado pela Secretaria de Estado da Cultura.