Pode parecer ficção científica, mas as cirurgias com suporte de robôs já fazem parte da rotina de hospitais modernos e, com isso, também da formação médica. Entre os dias 11 e 13 de agosto, o Einstein Goiânia realizou a 2ª edição da Copa de Simulação Robótica, um projeto inovador que insere estudantes de medicina no universo da tecnologia cirúrgica. A competição foi exclusiva para congressistas do Encontro Científico dos Acadêmicos de Medicina 2025 – XXXVII ECAM e foi realizado no Centro de Ensino e Pesquisa da unidade, com desafios realizados em simuladores cirúrgicos.
De acordo com o médico especialista em cirurgia robótica do Einstein Goiânia e coordenador do evento Leonardo Emílio, o principal objetivo da Copa de Cirurgia Robótica é aproximar os alunos de medicina da plataforma robótica, promovendo familiaridade com uma tecnologia que representa o presente e o futuro da cirurgia. “É uma iniciativa educacional que desperta interesse, proporciona experiência prática e prepara os futuros médicos para uma realidade cada vez mais tecnológica e precisa”, afirma.
Ao longo dos três dias de programação, os participantes passaram por fases de treinamento, classificatórias e finais. O conteúdo incluía desde exercícios básicos, como o uso de clutch (que é uma embreagem para que a pinça faça uma pausa proposital e o cirurgião possa ajustar as suas mãos e tenha mais distância e melhore a mobilidade com os controles), controle de câmera e rotação de pinça, até desafios avançados como dissecção, sutura horizontal, uso do quarto braço e procedimentos simulados em ambiente virtual tridimensional. Tudo foi avaliado com base na destreza, precisão e tempo de execução.
“Usar o simulador num ambiente de competição lúdica, aliado à metodologia de gamificação, proporciona um aprendizado mais eficaz e envolvente”, afirma Emílio. Ele reforça que eventos como esse ajudam a quebrar barreiras de acesso e antecipar a curva de aprendizado, formando profissionais mais preparados para os desafios tecnológicos da medicina contemporânea.
A robótica médica tende a se consolidar como um pilar da cirurgia moderna, com benefícios como menor trauma tecidual, menor sangramento e recuperação mais rápida, transformando esta técnica em uma revolução silenciosa na medicina. “Esperamos que, em breve, a tecnologia esteja presente em mais especialidades, com maior democratização do acesso e o apoio da inteligência artificial nos procedimentos. Preparar nossos estudantes para esse cenário é mais do que uma inovação, é uma responsabilidade”, conclui Emílio.
A competição foi promovida pelo Einstein, com apoio da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG) e instituições parceiras. A empresa de tecnologia médica Endocompany foi responsável por levar o simulador para o evento.
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