O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) consolidou-se como o nome mais rejeitado entre os pré-candidatos ao governo de Goiás em pesquisas divulgadas nos últimos dias. Os três levantamentos realizados por Paraná Pesquisas, Goiás Pesquisas/Mais Goiás e Real Time Big Data mostram que o tucano aparece no topo da rejeição — com liderança isolada em dois deles — indicando que parcela expressiva do eleitorado goiano não deseja novamente vê-lo à frente do Palácio das Esmeraldas.

A pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, realizada entre 2 e 5 de dezembro, mostra que 39,2% dos eleitores não votariam de forma alguma em Marconi Perillo, patamar superior ao de todos os demais pré-candidatos. A deputada federal Adriana Accorsi (PT) surge em segundo lugar, com 24,4% de rejeição, seguida por Wilder Morais (PL), com 13%; Daniel Vilela (MDB), com 10,3%. A rejeição ao tucano é quase quatro vezes superior à do emedebista.

No levantamento da Goiás Pesquisas/Mais Goiás, divulgado dias depois, Adriana Accorsi lidera a rejeição com 31,9%, mas Marconi aparece tecnicamente empatado, com 29,3%, novamente muito acima dos demais concorrentes. Daniel Vilela registra apenas 10,2%, mantendo-se como um dos candidatos de menor resistência popular.

O cenário ganha ainda mais amplitude com a pesquisa Real Time Big Data, realizada em 3 e 4 de dezembro, que confirma o padrão dos levantamentos anteriores. Nela, Marconi volta a liderar a rejeição, com 41%, empatado com Accorsi, também com 41%. Os números reforçam a rejeição elevada do tucano, que se repete em todos os estudos divulgados, e está no mesmo patamar ou superior à rejeição ao PT em Goiás.

Com pesquisas apontando Marconi sempre como o mais rejeitado, o conjunto dos dados revela um obstáculo significativo para o projeto eleitoral do ex-governador. A recorrência dos índices mostra que o eleitor goiano mantém forte resistência ao tucano, enquanto a repetida presença de Adriana Accorsi no topo também evidencia outro polo de rejeição consolidado no campo da oposição.

Motivações – O ex-governador Marconi Perillo deixou o comando do Estado em abril de 2018 e viu seu grupo político ser derrotado em outubro daquele ano. Perillo perdeu a eleição para o Senado e seu sucessor no governo, José Éliton, amargou um terceiro lugar na disputa estadual. Quatro anos depois, em 2022, Marconi foi novamente derrotado em nova tentativa de chegar ao Senado.

Em seu último mandato (2015 a 2018), Marconi acumulou desgastes e seu governo foi alvo de diversas operações policiais com investigações por desvios de dinheiro público. Além disso, o Estado entrou em forte desequilíbrio fiscal, inviabilizando ou descontinuando importantes políticas públicas. Soma-se a isso uma explosão de crimes, que levou Goiás a se tornar um dos estados mais violentos do país. Tudo isso somado levou à ruina do tucano e explica sua atual rejeição.