Com o segundo maior saldo migratório registrado entre 2017 e 2022, Goiás recebeu em cinco anos 186.827 novos residentes, quantidade maior que a população da maioria dos 246 municípios goianos  – somente a capital mais seis cidades no estado têm população maior do que o saldo migratório.

Um dos principais destinos dos migrantes foi a capital e a região metropolitana – esta última registrou, conforme dados do último Censo de 2022, foi a concentração urbana que mais cresceu no País em 12 anos, um salto de 18,9%. Não por acaso, Goiânia se consolidou como o terceiro maior mercado de imóveis do país. Em termos de número de lançamentos e valorização imobiliária, a capital goiana só fica atrás das cidades São Paulo e Rio de Janeiro.

E o que atraiu pessoas para o estado? Para Ricardo Teixeira, especialista imobiliário e sócio-diretor da Urbs,  os números confirmam:  qualidade de vida e  oportunidades que a região oferece para pessoas que para cá se mudam. “Basta ver, por exemplo, na área de serviços médicos, em que nossa capital é referência para uma grande parte do Brasil. Não é à toa que nos últimos anos atraímos para cá um hospital de alta complexidade que leva a marca da rede Albert Einstein. Você tem também um estado que é referência em qualidade de segurança pública, tem escolas de alta qualidade seja na rede privada ou na pública. Tudo isso são atrativos que Goiás e Goiânia têm”, destaca o especialista.

Emprego e moradia – Segundo números do IBGE, só entre 2019 e 2023, Goiás registrou um crescimento do seu Produto Interno Bruto (PIB) acumulado de 15%, quase que o dobro do índice nacional para o mesmo período, de 8,7%. Mesmo com uma pandemia no meio do caminho, o estado registrou entre 2019 e 2023, 320 mil empregos formais, um incremento de 21,2%, e mais, o rendimento dos trabalhadores em Goiás cresceu 9,9%, enquanto a média brasileira foi de 1,4% para o período. Por trás desses números da economia goiana estão milhares de famílias que se estabelecem aqui no estado, em busca de melhores condições de trabalho, mas também à procura de acesso a melhores serviços públicos de saúde, educação e segurança.

A facilidade para conquistar trabalho formal e aumento da renda com salários melhores, fazem com que essas famílias vindas de estados consigam se estabelecer no estado em pouco tempo, demandando, portanto, mais moradias, o que aquece especialmente o segmento de moradias, entre elas, as financiados pelo programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). Só em 2024, ano em que o programa de habitação fechou com um recorde 605.538 unidades habitacionais financiadas e outras 93.044 subsidiadas diretamente pelo governo federal, Goiânia e sua região metropolitana contrataram 14.220 unidades habitacionais pelo programa, sendo o quarto maior número entre as capitais.

André Ramos, gestor comercial em Goiás da MRV, empresa líder nacional na projeção e construção de apartamentos do segmento econômico, confirma esse impacto positivo do fluxo migratório para Goiás no mercado de imóveis. Segundo ele, entre 7% e 10% dos clientes da empresa em Goiás são formados por famílias que se mudaram de outros estados. “Isso também coincide com um forte crescimento que registramos em nosso volume de vendas que foi entre 20% e 30% ao ano”, destaca.

Desde o início de sua atuação no estado, em 2006, até o fim de 2024, a MRV já lançou um total de 10.222 unidades habitacionais e entregou 7.712, a grande  maioria nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis, municípios goianos que estão entre os grandes vetores de atração de migrantes em busca de oportunidades de trabalho. Conforme André Ramos, a meta da empresa para este ano de 2025 é lançar outras 2.500 novas unidades. Só em 2024, com cinco lançamentos realizados no estado, a MRV apresentou crescimento de 36%, com mais de R$ 350 milhões em VGV vendido. “Temos um compromisso com a sociedade de proporcionar cada vez mais moradias dignas para a população e vamos continuar avançando, com perspectiva de crescimento ainda maior para 2026”, salienta o gestor comercial.

Oportunidade de negócios – Além de emprego, o estado também atraiu pessoas que vieram em busca de boas oportunidades de negócios. Aparecida de Goiânia, por exemplo, é a cidade da região metropolitana de Goiânia, que mais cresceu economicamente, segundo dados da própria prefeitura da cidade, em pouco mais de uma década (entre 2010 e 2021) o PIB da cidade cresceu quase 200% (192%) e número de empresas ativas saltou de seis mil para 60 mil.

“Goiás é um estado que tem registrado nos últimos anos um crescimento econômico bem acima da média nacional, seja pelo seu agronegócio forte, ou por outros setores que também oferecem grandes oportunidades. Temos, portanto, um movimento, em especial para a região metropolitana de Goiânia, de atração de grandes e médios empreendedores que trazem para o nosso estado seus negócios ou abrem novas frentes de negócios e aqui se estabelecem. E sim, esse público, que percebe que o estado tem um alto nível de qualidade de vida, seja no quesito saúde, segurança, lazer e infraestrutura geral, de fato demanda produtos imobiliários com maior valor agregado”, explica Camila Alcântara, diretora comercial e de relacionamento com o cliente da FGR Incorporações.

Para a diretora da FGR, um importante diferencial da Grande Goiânia, que faz com que seu mercado imobiliário cresça, tanto em relação ao número de lançamentos quanto na valorização de seu metro quadrado, é o fato de ser uma região metropolitana que felizmente teve desenvolvimento urbano mais ordenado do que em outras pelo país a fora. “Goiânia e as cidades que formam sua região metropolitana são muito bem interligadas, graças a grande obras viárias que trouxeram acesso rápido para todos cantos da cidade. Costumo dizer que na Grande Goiânia não se tem mais nada longe, porque você tem acesso fácil. Você pode, por exemplo, está em Senador Canedo e em menos de dez minutos de carro está no Flamboyant, que é o maior shopping da capital. Você pode estar em Aparecida de Goiânia, e por meio de vias importantes, como a BR 153 e a Av. São Paulo, chegar às regiões do Setor Bueno e Marista, em Goiânia, também em menos de dez minutos”, descreve Camila Alcântara.