Em função do impacto das compras de fim de ano, toda a cadeia produtiva ligada ao polo de confecção e moda da Região da 44, em Goiânia, deve gerar mais de 1.500 vagas de emprego temporárias, diretas e indiretas. A estimativa é da Associação Empresarial da Região da Rua 44 (AER44), que também espera, ao longo dos três últimos meses do ano, um público superior a dois milhões de pessoas e uma movimentação financeira de R$ 3,5 bilhões de reais.
De acordo com o presidente da AER44, Sérgio Naves, a quantidade de vagas temporárias para este ano será 2% maior do que a ofertada no ano passado. Segundo ele, as oportunidades são para todos os segmentos que integram a cadeia produtiva da moda em Goiânia, desde as confecções, passando pelo reforço nas equipes de vendas das lojas, empresas de logística e transporte e também nos serviços de manutenção e segurança dos shoppings e galerias.
Ele explica que uma parte dessa mão de obra temporária deve ser contratada por novos negócios que chegam à Região da 44. Conforme Sérgio, mais de 300 novas lojas devem ser abertas até o fim do ano no polo confeccionista em Goiânia. “Temos aí duas boas notícias, além do aumento do número de vagas de trabalho temporário, reduzimos significativamente a nossa taxa de vacância, que atualmente é de 14%, menor do que os 20% registados ano passado”, informa o presidente da associação empresarial.
Sobre o fluxo de visitantes para o fim de ano, Sérgio admite que a expectativa é de uma redução, mas ele destaca que a queda na quantidade de público não se refletirá numa queda nas vendas, que deve manter uma estabilidade em relação ao ano anterior. Segundo o presidente da AER44, essa redução no número de visitantes que devem passar pela Região da 44 neste próximo fim de ano se deve a uma grande mudança na dinâmica do fluxo de compradores registrada nos últimos anos.
“Vivemos um momento de transição no comportamento do consumidor de moda e por isso a Região da 44 está se reinventando e se modernizando também. Continuamos sendo um polo predominantemente atacadista, só que esses compradores no atacado e até mesmo as sacoleiras passaram a vir à região com menor frequência, isso em virtude da modernização das operações comerciais, que hoje podem ser feitas facilmente e de forma segura pelos meios digitais. Se antes as sacoleiras e compradores no atacado tinham um tempo médio de retorno de 15 dias, hoje esse período é de 60 dias”, explica Sérgio Naves
Frente a essa mudança de comportamento dos compradores do atacado, o presidente da ARE44 esclarece que a Região da 44 está sim preparada para essa modernização do comércio. “Há dez anos o número de empresas de transporte e logística de cargas aqui na 44, não chegava a 100. Hoje são mais de 500 que operam na região, entre as quais todas as grandes, como a Latam Cargo, a Total, Azul Cargas, Goollog, Jadlog. A região também já opera com centros de distribuição de grandes plataformas de marketplace como Mercado Livre e Shopee”, detalha o presidente da AER44.
Em relação ao volume de movimentação financeira no fim deste ano, estimada em R$ 3,5 bilhões (entre outubro e dezembro), Sérgio Naves diz que essa expectativa de que não haja um aumento significativo nas vendas, mas também não seja registrado queda, se deve à pressão de uma Selic (taxa básica de juros) de 15%. “Isso é fator que infelizmente encarece o financiamento da produção e também atrapalha o comprador de atacado, que muitas vezes também precisa de financiamento para comprar as mercadorias”, salienta o presidente da AER44.
Atacarejo – Mas se os compradores de atacado reduziram a necessidade de vinda à 44, por um outro lado a região se consolidou como um importante polo turístico de Goiás e viu nos últimos três anos o seu movimento de varejo e atacarejo aumentar significativamente. “Hoje o fluxo de pessoas que passam pela Região da 44 em grande parte é formado por turistas que já conhecem a fama nacional que temos de vender roupas boas e baratas, principalmente em relação ao jeans. Percebemos então que o público da região foi se diluindo ao longo dos meses do ano, deixando de se concentrar só no fim de ano. Esses turistas são atraídos pelas grandes festas religiosas que temos aqui em Goiás, como a Romaria de Trindade, e também por grandes eventos que Goiânia recebe, como mega shows sertanejos, a festa da Pecuária e outros que são realizados em cidades próximas”, explica Sérgio.
O presidente da AER44 lembra também que Goiânia está na rota de vários destinos turísticos importantes de Goiás. Como Pirenópolis, Caldas Novas e Três Ranchos. “É grande o número de famílias que vão para esses destinos, mas que sempre param na Região da 44 para fazer compras. Um reflexo disso são os meses de janeiro e julho, que antigamente eram de muito pouco movimento, mas hoje registram uma intensa movimentação de turistas, que visitam Goiânia ou que passam por aqui, no caminho para outros destinos turísticos em Goiás”, destaca Sérgio Naves.
Leave A Comment