A Quaresma é um período de preparação que antecede a Páscoa na tradição cristã. Tradicionalmente, esse período se estende por 40 dias, iniciando-se na Quarta-Feira de Cinzas. A  prática do jejum é observada por muitos fiéis durante os 40 dias de extensão desse período. É muito tradicional que aqueles que realizam o jejum não consumam carne vermelha, ou mesmo doces ou bebidas alcoólicas, por exemplo. Do que será o jejum fica a critério de cada fiel.

No que se refere ao consumo de carnes, é muito comum a abstinência de carne durante a Sexta-Feira Santa. Tradicionalmente nesse dia muitos preferem consumir carne de peixe e abstêm-se de consumir carne vermelha ou de frango. Acredita-se que essa prática tenha surgido na Idade Média. Mas é preciso ficar atento aos preços abusivos praticados no comércios para a venda de peixes e ovos.

Em pesquisa realizada entre dias 21 e 25 de março em 11 peixarias da capital, fiscais do Procon comparam valores de 20 tipos de peixes tradicionalmente consumidos na Quaresma. Maior diferença encontrada foi no quilo da caranha, seguida da posta de piramutaba, filé de merluza, salmão e sardinha.

Os ficais também  identificaram variação de até 223% no preço de pescados.  Levantamento também avaliou o preço da dúzia de ovos de galinha, e constatou que a variação chega a 33,39%.

A variação de 223,46%, a maior do levantamento, foi identificada no quilo da caranha, com preços entre R$ 17,90 e R$ 57,90. Já no quilo da posta de piramutaba, a variação chegou a 203,08%, com preços de R$ 19,79 a R$ 59,98. Altas variações foram encontradas, ainda, no quilo do filé de merluza (163,49%), com preços de R$ 18,90 a R$ 49,80; filé de salmão (157,83%), de R$ 61,98 a R$ 159,80; e sardinha (139,42%).

A menor variação de preço é do peixe linguado (42,49%), seguida do badejo (47,49%), bacalhau do Porto (51,41%), e dourada (53,08%).

Os fiscais do Procon também avaliaram a variação de preços na dúzia de ovos de galinha, uma vez que, no período que antecede a Páscoa, tradicionalmente aumenta o consumo desse item, pela restrição de carne vermelha por muitos religiosos.

A maior variação de preços foi encontrada na dúzia de ovos vermelhos, que chega a 90%. Na dúzia de ovos brancos, a diferença varia de R$ 5,99 a R$ 7,99, o que corresponde a 33,39%.

Diante da variação encontrada, o Procon Goiânia recomenda que os consumidores fiquem atentos ao comprar pescados durante a Quaresma, além de aproveitar eventuais promoções e negociar preços, caso a quantidade seja maior. Vale, também, optar por substituir peixes considerados nobres por aqueles de preços mais acessíveis.

A recomendação, porém, se estende às condições de venda. O pescado deve ser exposto em balcão frigorífico nos supermercados e envolto em gelo picado, no caso das feiras, mas sempre protegido do sol e insetos. Peixes congelados e vendidos em embalagens não podem ser acondicionados em balcões superlotados, o que impede a circulação de ar refrigerado e, consequentemente, compromete a qualidade do produto.

Outro cuidado é quanto à presença de água ou sinal de umidade próximo ao freezer, indicativo de que o aparelho foi desligado ou teve a temperatura reduzida durante a madrugada.

O produto também deve apresentar selo de inspeção, data de acondicionamento e prazo de validade. Quanto às características do pescado, observar se as guelras estão vermelhas e as escamas bem presas ao corpo. Bacalhau e outros peixes secos não podem apresentar manchas vermelhas, pintas pretas no dorso ou umidade, indicativos da presença de bactérias.

O ideal é que, ao comprar peixe fresco em feiras ou mercados, o consumidor acompanhe a pesagem, procedimento que deve ser feito na presença do cliente.

Em caso de dúvidas e denúncias, a população pode acionar o Procon Goiânia pelos telefones (62) 3524-2942/2936 e aplicativo Prefeitura 24 horas.