Para equacionar a demanda no atendimento de urgência de hospitais de alta complexidade no estado, com ênfase para o Hospital da Criança e do Adolescente (Hecad) e o Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), a  Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com os municípios, iniciou um trabalho de reorganização do atendimento seguindo o modelo preconizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

 As unidades, estruturadas para focar no atendimento de casos graves, já iniciaram um trabalho de educação e orientação, com distribuição de material e abordagem educativos, para que pacientes com quadros leves procurem unidades de saúde de seus municípios de origem. Os paciente poderão contar também com duas carretas da saúde, estacionadas na porta do Hugol e do Hecad, equipadas com consultórios e equipes médicas, que farão o atendimento primário e o encaminhamento dos pacientes. Os veículos estarão disponíveis a partir do dia 13 de novembro para atender casos leves e orientar a população da capital sobre a reorganização das urgências.

O secretário de Estado da Saúde, Sérgio Vencio  explica que em uma data a ser definida pelo Estado, municípios e o MP-GO, os casos mais leves deixarão de ser atendidos nas unidades de alta complexidade. “Estamos dialogando há mais de seis meses sobre uma solução para reorganizar esse acesso. Quando o hospital de alta complexidade está lotado de casos mais simples, impede que pacientes em estado grave, aguardando vaga nos municípios, possam ser trazidos mais rápido para a alta complexidade.

Sobrecarga – Em julho deste ano, 18,5% dos atendimentos realizados no Hugol foram de fichas ‘verdes’ e ‘azuis’ (casos considerados leves), em setembro esse número chegou a 17%. Já no Hecad, os atendimentos de casos considerados leves chegaram a 57,8% em julho e 45,4% em agosto.

Conforme diretrizes estabelecidas pelo SUS, hospitais de alta complexidade devem concentrar a atuação no tratamento dos casos mais graves, de acordo com o seu perfil assistencial. Já os casos leves devem ser atendidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou Unidades de Pronto Atendimento (UPA) das redes municipais. Atualmente, os dois hospitais recebem pacientes por demanda espontânea. Ou seja, eles chegam até as unidades e conseguem atendimento, não necessitando obrigatoriamente de encaminhamento de unidades da atenção primária, como UBS’s, Cais ou UPAs.