O principal risco para idosos que enfrentam temperaturas muito elevadas que ocorrem em quase todo o Brasil está relacionado à desidratação, afirmou nesta terça-feira (14), no Rio de Janeiro, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Leonardo Brando de Oliva. O calor excessivo  é perigoso  porque sua composição corporal do idoso é alterada com o avanço da idade. A composição do corpo de um adulto, por exemplo, é 60% água. Do idoso, apenas 40%.

Em Goiânia a Defesa Civil emitiu, nesta segunda-feira (13), um alerta via SMS para telefones cadastrados  para alertar a população para o risco muito alto nos próximos cinco dias, devido às altas temperaturas que têm atingido todo o estado de Goiás. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) também ampliou o alerta vermelho sobre a onda de calor emitida para Goiás, Distrito Federal e mais 13 estados. Anteriormente se previa que as temperaturas começariam a diminuir após o feriado de quarta-feira (15), mas o órgão estendeu esse prazo até a próxima sexta-feira (17).

O que faz as pessoas buscarem se hidratar é a sede. Só que, no caso dos mais velhos, esse mecanismo do sistema nervoso central envelhece à medida em que o envelhecimento avança. Por isso, há a tendência de os idosos não sentirem sede, mesmo precisando de líquidos.

Do mesmo modo, pode haver prejuízo na capacidade de o ser humano se vasodilatar para trocar calor. Esse mecanismo também pode estar prejudicado nos mais velhos. Ou seja, além de buscar menos a hidratação, há mais dificuldade de liberar o calor do corpo para o ambiente, ou seja, diminuir a temperatura do corpo.

Segundo o médico, isso pode fazer com que o nosso sistema funcione mal. É preciso que haja uma temperatura regulada para que todos os órgãos e sistemas funcionem bem. Então, no momento em que a temperatura aumenta, há a chance de alguma coisa não funcionar bem e o idoso acabar adoecendo.

segundo ponto é prestar atenção em relação à exposição ao Sol. Deve-se evitar ficar exposto ao Sol, principalmente no período [de mais calor] entre 10h e 16h. Não se deve realizar atividades ao ar livre nesse horário, especialmente atividade física onde se produz calor no corpo. “Deve-se procurar um ambiente mais fresco para que a temperatura do nosso corpo não aumente”, sugeriu o médico.

Em relação ao traje, ele disse que os idosos devem usar roupas mais leves e adequadas para a temperatura. “Essas são medidas que a gente pode fazer para evitar consequências ruins do calor extremo”, avaliou.

A seguir, o médico disse que, como o idoso não sente sede, uma forma de perceber se há desidratação ou não é na urina, tanto em termos de quantidade como de cor. “A urina que vai ficando escura é um sinal de desidratação e a gente precisa ter atenção com esse idoso que está com urina de coloração mais escurecida, para oferecer mais líquidos para ele”, finalizou.